quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Benditas as coisas que não são benditas


BENDITAS (Zélia Duncan / Mart'nália)
Benditas coisas que eu não sei
Os lugares onde não fui
Os gostos que não provei
Meus verdes ainda não maduros
Os espaços que ainda procuro
Os amores que eu nunca encontrei
Benditas coisas que não sejam benditas

A vida é curta
Mas enquanto dura
Posso durante um minuto ou mais
Te beijar pra sempre o amor não mente, não mente jamais
E desconhece do relógio o velho futuro
O tempo escorre num piscar de olhos
E dura muito além dos nossos sonhos mais puros
Bom é não saber o quanto a vida dura
Ou se estarei aqui na primavera futura
Posso brincar de eternidade agora
Sem culpa nenhuma

Neste último domingo, abrimos nossa reunião com uma música, dita do mundo.
Mas quem diria que uma música que não habita o mundo sacro tem coisas a ensinar, contrariando todos os ensinamentos recebidos em décadas de igreja e crises de santidade.
A música traz a mensagem do agradecimento em não saber todas as coisas, contrariando a história de Eva que não resistiu a tentação de saber mais do que devia saber, comendo o fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Era o início da crise de ter e ser.
Eva não sabia que os "seus verdes ainda não eram maduros", não sabia o que Deus queria e pudia fazer. Vivemos dando nossos jeitinhos pra ajudar Deus e possuirmos as coisas Benditas. Não queremos esperar e ver Deus agir.
A humanidade não se cansa de procurar saber mais, ter mais, viajar mais, conhecer e conhecer. Não que isso seja de todo errado. Errado é a falta de equilíbrio de achar que as coisas são sempre Benditas. Benditas são as coisas que ainda não sei, que não vi, são as coisas que não são benditas para esse mundo. Bendito é viver no escuro, um dia de cada vez como se fosse o último e tornar-se eterno a cada momento, confiando plenamente no agir de Deus, mesmo que isso signifique estar às vésperas da entrada do vale da sombra da morte.
Quanto tempo perdido, quantas coisas testemunham de Deus a todo instante e é desprezada pela nossa comunidade cristã.
Regeneração de nós mesmos!
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