terça-feira, 3 de julho de 2007

Nova Estação



Fomos ao encontro em Brasília, cheios de tantas expectativas a respeito do que poderia se desenvolver após esse período juntos. As mensagens foram verdadeiras provocações em mim e em várias pessoas que eu percebi observando ou em conversa. Íamos sendo desafiados pela consciência que se formava, tantos assuntos foram clareados, tantas coisas foram quebradas e já não são mais, tantas outras estão sendo construídas a partir de um melhor entendimento do evangelho, tudo resultado desse encontro. Ali conhecemos gente, comum e incomum, a fim de viver o evangelho da Graça. Uma tarde, logo após o almoço, observei através da janela do refeitório que o Marcelo estava sentado às costas de um banco, tipo esses de praça, à sombra dos pinheiros, e junto com ele mais quatro pessoas. Saí e fui até lá. “Como são novinhos!”, observei pra mim mesmo, e passei a prestar atenção no assunto, enquanto observava-os ainda mais. Alexandro, Diego, Karoline e Gracyelly, estavam ali vindos de Campo Grande – Mato Grosso do Sul, contavam suas experiências na vida, de como viveram seriamente o evangelho dentro da instituição “igreja evangélica” dando sua contribuição ao evangelho com todas suas forças e sinceridade, convivendo e tratando de gente, quer nas reuniões, quer fora delas. Os que eram por eles tratados se achegavam, conheciam Jesus em e por suas vidas, conheciam o amor de suas amizades dedicadas, cheios de Graça e de Verdade, a ponto de perturbar o padrão evangélico local, até o tempo em que lhes foi desautorizada a liberdade e a espontaneidade, e também pelo fato serem movidos pelo vento do Espírito. "Aqui, desse jeito não!”, se não foi a frase que os parou, foi com certeza com efeito a atitude da liderança local. Graças a Deus que para algumas pessoas o evangelho não é algo que se negocia e que a Verdade é o desejo-motor de seus corações, mesmo que isso traga desconforto na vida. E assim foi com eles, essa foi sua escolha. Arregaçaram as mangas, meteram a mão no arado e partiram olhando adiante enfrentado obstáculos enquanto cavavam sulcos no campo e lançavam a semente. Juntaram recursos próprios, alugaram um Restaurante e começaram a se reunir. Juntou gente, várias daquelas que nunca entrariam em uma “igreja”, daquela que coloca gente pra fora se não cabem mais na forma. Nesses encontros trataram das coisas do Reino de Deus. E eu ali ouvindo a conversa, observava os quatro, pra mim, tão novinhos e decididos, vieram de longe, investindo dinheiro, tempo. Aquilo era um planejamento de suas vidas em função de outras vidas a ajudar. Poderiam estar fazendo outras coisas, investindo no campo profissional, ou até desligados de responsabilidades, “curtindo a vida adoidados” na flor de suas vidas, cheios do viço do melhor período da vida de uma pessoa, a sua juventude. Estou perto dos 50 anos (1/8), lembrei de quando tinha 18 anos sendo amorosamente aconselhado pelo meu então amigo, hoje pastor Milton, e o mandei ir à M... e me deixar em paz, pois a vida era minha e não dele. Que tempo perdido. Os vi como se meus filhos fossem, e me alegrei diante de Deus pela escolha que faziam, como fiquei satisfeito. Vejam que lá no restaurante-templo onde acontecem as reuniões, o proprietário mandou o funcionário andar e passou a ficar por lá “tomando conta” enquanto a reunião acontecia. Ele, o proprietário, enquanto ouvia os assuntos, ia sendo transformado. Disseram que já está levando a Bíblia, faz anotações, e oferece um rango após as reuniões. Creio eu, que o fato de oferecer uma jantinha na faixa após cada reunião é sinal de que está feliz e quer agradar de alguma forma, já reflete graça, pelo amor presente ali. Daqui a pouco não vai mais querer cobrar pela locação, rsrsrs. Portanto, eu os conheci um pouquinho ali, os amei, cheguei contando sobre eles pra minha família, de como estava feliz da vida de vê-los decididos, envolvidos, e lúcidos. Graças a Deus por isso. Como estou feliz por vocês, Alexandro, Diego, Karoline e Gracyelly!
Valmir Bodruc
Caminho da Graça Estação Santos

*** Comentários ***
Valmir meu maninho,
Foi difícil não me emocionar com suas palavras, até porque também fiz a "viagem" pra véspera de nossa ida pra Brasília e como estávamos apreensivos quanto a como seríamos recebido, principalmente por sermos como todos sabem "tão novinhos".
Mas logo de cara veio aquela palavra do Caio de tratarmos uns aos outros com muita reverência.
E foi bem isso que vimos nesses dias. O carinho, a reverência e a fé de vocês em nós! Passamos dias de muita renovação daquilo que já habitava em nós, e ver esse compromisso na essência do reino e como vocês lidam de maneira simples e pura foi maravilhoso...
Ainda me lembro de nossa "reunião de obreiro" embaixo da árvore e quando de repente já tínhamos praticamente um culto...com troca de experiências, conselhos, palavras de incentivo...
Beijo pra todos,
Alex
Estação Campo Grande - MS
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A todos,
Nós nos alegramos muito nesses dias em Brasília, com todos vocês, e tudo aquilo que tínhamos de questionamentos em nossos corações foram respondidas não só nas palavras do Caio mas nas simples formas de louvar a Deus, como na conversa com o Marcelo, que o Valmir citou e acredito que o sentir a presença de Deus na vida de cada um de vocês caminhantes de longa data. Como o Caio mesmo disse que nós somos privilegiados por participarmos da estação, nós de Campo Grande somos mais ainda pois vimos essa liberdade e essa reverência conosco através da vida de cada um de vocês que mesmo sem saber o porquê de estarmos ali, nos receberam e nos acolheram como que se fôssemos antigos nessa caminhada.
Um abraço a todos,
Diego Portela
Caminho da Graça - Estação Campo Grande - MS
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